28 de setembro de 2025

Mais Sobre Comportamento dos Médiuns

Por O Redator Espírita
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Mensagem “Mais Sobre Comportamento dos Médiuns

Espírito Ermance Dufaux

Mensagem contida no livro Cinco Temas para Cinco Amigos

Disponível gratuitamente no site mediumfabiobento.com.br

Primeiramente, quero agradecer por este convite a participar desta bela compilação e deste projeto valioso, sob o ponto de vista do esclarecimento. Agradeço ao irmão Fabio Bento e ao irmão e amigo Esíades, que de longa data conheço.

Este é um tema dos mais intensos e importantes dentro, não somente do Espiritismo, mas de todas as religiões, pois como poderão atestar nas páginas que se seguirão, não irei me ater aos comportamentos internos que um médium deve apresentar no centro espírita, e sim, reservei importância aos seus comportamentos e padrões vibratórios em sua vida íntima, dentro de si e no seio da família e sociedade. Como podem perceber, o comportamento mais relevante de um médium é com sua reforma íntima. Pois que, dentro de uma casa espírita, retirando momentos extremos, sabe o médium comportar-se, evidentemente, guardando sempre as exceções. Portanto, não apenas falaremos sobre médiuns espíritas, mas todos aqueles que, de alguma forma, consciente ou não, são interlocutores dos amigos do espaço. E não somente estes podem encontrar linhas úteis neste humilde capítulo, mas todos aqueles que desejam se reformar em seu interior, pois é justamente disto que se deve guardar relevância. O comportamento do homem é reflexo de seus pensamentos e desejos e revela sua identidade íntima. Pode-se, é certo, camuflá-lo, porém, apenas dos homens, não de Deus. E neste momento tão importante de transição planetária, como de forma brilhante nos explicou nosso irmão Eluades no capítulo anterior, é de fundamental importância ser atento à execução da reforma íntima.

Mas, antes, rapidamente falaremos das atitudes dos médiuns dentro da casa espírita. É salutar que exista companheirismo entre os membros das equipes, que exista conexão entre eles e que estejam todos com suas mentes voltadas para o bem ao próximo, pois que estão a serviço de Deus e a todos que ali estiverem. É um engano dos medianeiros julgarem que são missionários ou abençoados por deterem faculdades mediúnicas. São, sim, abençoados, mas por terem a oportunidade concedida por Deus para resgatarem faltas passadas através da mediunidade e do serviço à população, onde muitas vezes, encontra o médium, desafetos pretéritos e nesses encontros estão as oportunidades de zerar tais débitos. Esse é o serviço. Portanto, aquele médium que se autointitular abençoado ou se julgar acima de outras pessoas que não possuem faculdades mediúnicas ostensivas, deve rever suas opiniões e valores.

Dentro da casa espírita, o comportamento deverá ser sempre de caridade e fraternidade. Não há espaço para melindres e disputas por posições administrativas e cargos de dirigentes. Não há espaço para disputas entre médiuns onde a discussão é sobre qual mediunidade é mais importante. Não há espaço para inveja, orgulho, vaidade e intrigas, que infelizmente ainda existe. Porém, é notório, todas estas características estão ainda presentes e o comportamento ideal do médium deve ser exatamente o oposto. Dissemos acima que dentro da casa espírita, sabe o médium se comportar, porém dissemos agora que ainda pratica diversas ações que são negativas. Há contradição? Não. Porque quando dissemos que o médium sabe se comportar é porque ele age sem se expor, com falsidade. Dissemos que sabe se comportar, porque mascara suas reais intenções e se esconde através de uma suposta doçura e palavras fraternas, que ele próprio é incapaz de executar em sua vida particular.

Portanto, quando falam os médiuns aos frequentadores da casa espírita, devem se lembrar de que não são perfeitos e que precisam, antes de dar conselhos, corrigir suas próprias ações. Salvando-se sempre raras exceções. Antes de pregar a necessidade da reforma íntima, devem praticá-la; antes de recomendar a leitura do evangelho, devem lê-lo primeiro; antes de recomendar o amor, devem antes amar. Infelizmente, os médiuns não se comportam como deveriam dentro e fora das casas espíritas. Porém, através de suas mediunidades, realizam o trabalho social que lhes cabe, mas o maior trabalho posto em suas mãos, a reforma íntima, é negligenciado quase por completo.

De nada adianta, para si mesmo, o médium construir obras assistenciais belíssimas, psicografar coleções inteiras trazidas por espíritos de escol, ser dirigente de trabalhos sérios e se comportar como tirano em sua residência, com sua família e amigos, em seu local de trabalho, com seus subordinados, ou displicente perante seus hierarquicamente superiores. De nada adianta, pois que o mérito não está em ser espírita, está em ser bom. E bom todos podem ser, inclusive um ateu. Digo-lhes que há ateus que, de tão bons com o próximo, acordam diretamente na espiritualidade e são acolhidos, ao passo que muitos religiosos de nomes respeitáveis na Terra e com obras valiosas, amargam longas jornadas em regiões umbralinas. Não se trata, portanto, de ser religioso, pois como Jesus disse, pelos teus frutos os conhecereis. Ou seja, pelos teus atos, por teu comportamento, não por suas filiações religiosas. Deve o médium lembrar-se disso. Todos somos irmãos e o comportamento deve ser orientado para o bem geral e para a paz mundial.

Em família, no seio do lar, junto àqueles que suportam e dividem o peso da vida e das responsabilidades, devem os médiuns, no mínimo, guardar respeito e carinho. Mas, não é o que acontece. Ao sair do centro espírita, da igreja, da sinagoga, ou de qualquer outro templo religioso, o médium, ou o religioso de uma forma geral, chega em casa e despeja sobre sua família todas as suas frustrações, problemas e angústias, impondo sofrimento e dor àqueles que ama. Em raras exceções, isto não acontece. Porém, é sempre muito bom lembrar que não estamos aqui expondo fatos apenas para apontar o dedo na direção do homem e o taxar de errado e pecador. Quando se conhece as falhas, é que se pode endireitá-las. E muitas vezes, de tanta cegueira, por se estar ávido nas buscas materiais e mundanas, não reconhece o homem suas próprias e reais imperfeições. Portanto, aquele que se reconhecer nestas linhas, não se aborreça, se analise, procure entender seus motivos, busque suas intenções para ser assim. Entenda-se, procure mudar de atitude.

Como religioso, deve o homem cuidar de sua saúde mental, física e espiritual. Nem sempre esses três fatores caminham juntos no progresso do homem. A gula alimentícia e sensual pode abreviar encarnações e desviar do caminho divino muitos médiuns de valor.

Como podem médiuns ter tais atitudes? Como disse, médiuns são seres cheios de dívidas e problemas passados que possuem a oportunidade divina de se consertarem e de pagar um pouco de seus débitos.

A reforma íntima deve ser alvo de todos os homens, independente de serem médiuns ou não, pois que esta é a sublime finalidade das encarnações, o progresso moral, intelectual e espiritual.

A reforma íntima não deve ser protelada para outras encarnações, sob o pretexto de ser algo difícil ou ser tarefa para poucos. Engano. A reforma íntima não tem mistérios, não é dolorosa, no sentido físico. Basta apenas que o homem se entregue a Deus e se investigue a fundo, se entenda, procure entender como funcionam seus mecanismos de defesa na vida. Pois que muitas respostas estão nos mecanismos de defesa. Quando criticamos alguém que teve uma atitude equivocada e foi agressivo com o próximo, por exemplo. Se reagimos com violência também, pode significar um mecanismo de defesa que age para revelar a agressividade reprimida. Estouros repentinos podem revelar o íntimo do ser humano. Aquele homem mais calmo, pode esconder perigos a ele próprio e à sociedade, pois que sua aparente calma é um mecanismo de defesa para ocultar sua violência. Quando dissemos que um mecanismo de defesa age para revelar a agressividade reprimida, quisemos explicar que a mente encontrou um modo de expressar sua verdade violenta escondida, e que agindo naquele momento, pode se justificar através do ato anterior agressivo, que supostamente motivou sua violência.

Tentando entender esses pormenores, fica muito mais fácil encontrar o caminho da reforma íntima. Seguindo este exemplo, se o homem se descobriu violento, deve identificar as causas disso. Por que sou violento? Por que sinto raiva? E sinto raiva do quê? De quem? Por quê? E assim, o homem vai se aprofundando cada vez mais em si mesmo, e por vezes, ao chegar na raiz do problema, sente o homem vergonha com o que se depara. E neste momento, quando, como se olhando para um espelho, o homem se vê egoísta, invejoso ou cruel, sente ele vergonha e repulsa por estar sendo motivado por sentimentos tão baixos. E neste momento, pode estar ele sendo curado através de uma psicologia pessoal intensa, mas precisa.

A principal sugestão é sempre se estar atento ao que se pensa, se fala, se faz, principalmente nos momentos mais calorosos. Pois no calor das situações, a verdade tende a vir à tona, saindo do inconsciente e emergindo como uma onda explodindo na praia, no consciente. E assim, o homem externa suas verdades. Atenção a esses momentos, pois são preciosos para quem deseja se reformar intimamente.

Momentos em que as condições são extremas, onde não há muito tempo, espaço, enfim, onde há privações de qualquer natureza, nesses momentos, o inconsciente do homem se revela. E, atento, pode o homem, a partir dos dados coletados aí, iniciar, passo a passo, camada por camada, a busca pelo sentimento motivador primário. E não raras vezes, associado a este sentimento estará um fato, algo acontecido na infância ou em qualquer outra etapa da vida ou até mesmo em outra encarnação. Quando são fatos de vidas passadas, a cura é mais complicada, porém, a descoberta do sentimento primário já é capaz de resolver muitas questões e causar melhoras consideráveis no indivíduo.

Reformar-se intimamente é o melhor comportamento que um médium, religioso ou qualquer homem pode ter para com a sociedade na qual está inserido e para consigo mesmo.

Reforma íntima, esta a sugestão desta humilde serva do Senhor Jesus Cristo e do Pai Maior.

Fiquem em paz e com Deus no coração.