18 de setembro de 2025

Mais Sobre Reencarnação

Por O Redator Espírita
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MensagemMais Sobre Reencarnação

Espírito Lucarino

Mensagem contida no livro Cinco Temas para Cinco Amigos

Disponível gratuitamente no site mediumfabiobento.com.br

Este tema é um dos mais discutidos e recorrentes da doutrina espírita, por ser também o mais delicado e frágil a ser abordado. Não é frágil por seus argumentos, mas por secular cultura contrária, com bases fincadas no Cristianismo Ortodoxo. É delicado, pois que muitos desejam respostas definitivas com provas irrefutáveis do ponto de vista da ciência dos homens. De antemão, posso afirmar que a ciência dos homens ainda não conta com filosofia e visão necessárias para tais provas. A ciência dos homens não parte das premissas certas e termina por se perder nas experiências e observações. Podemos oferecer, nós da espiritualidade, amigos que desejam a evolução dos habitantes do planeta Terra, moral, intelectual e espiritual, sem dúvida, trazer respostas definitivas. Dou-lhe a mais preciosa de todas: Sim, existe reencarnação. Podemos preencher livros inteiros, obras de toda uma vida de um médium, com nossos argumentos e provas espirituais. Porém, quando os homens desejam provas fornecidas pela ciência atual do planeta Terra, precisam aguardar pacientemente, pois que a resposta virá após seus desencarnes, em um período singular para cada um, devido ao estado evolutivo e circunstâncias do desencarne. Convido a todos, espíritas, religiosos em geral, cristãos, ateus, a lerem estas poucas, humildes e mal redigidas páginas sobre a reencarnação para que possam ter, quem sabe, um pouco mais de informações sobre o tema.

Falar sobre reencarnação não é tarefa das mais fáceis, por tudo o que já foi descrito no primeiro parágrafo. Porém, na condição de copista que fui, obtive, sob o jugo da carne durante minha estada no convento franciscano italiano, como descrito na obra “Anarquia no Clero”, informações preciosas sobre o assunto. E pude dialogar com muitos estudiosos a respeito, espíritos que encarnados eram verdadeiros seguidores do Cristo, e após a desencarnação, passaram, em pouco tempo, a falangeiros do bem e da paz em todas as religiões do mundo. Portanto, meus conhecimentos adquiridos, não apenas nesta encarnação, como em outras e nas várias passagens, como esta, pela espiritualidade, me credenciam a falar sobre o assunto. Porém, advirto que meus conhecimentos me credenciam a falar, pois que este tema é de extrema importância, mas não tenho a pretensão de aqui dizer todas as verdades, não me colocando à frente de ninguém, encarnado ou desencarnado. Apenas, ao tomar conhecimento do projeto para este livro e da possibilidade de dele fazer parte, solicitei ao irmão Esíades a oportunidade de levar meus apontamentos, considerações e pesquisas, um pouco deles, ao máximo de leitores possíveis. Novamente advirto na esperança de ser claro: Não sou nem pretendo ter o título de dono da verdade, principalmente no tangente ao assunto reencarnação.

Nos primórdios da humanidade, após o homem ter adquirido hábitos minimamente civilizados, e se ver nitidamente dentro de uma sociedade organizada dentro de suas possibilidades, sempre houve, se não a certeza, a forte convicção do porvir ao desencarne.

Homens de todas as culturas, civilizações e regiões do mundo, dentro de suas resoluções socioespirituais, tinham a fé inata da sobrevivência à morte. É certo que o formato idealizado não era o atual das civilizações modernas, muito distante se achava. Pois que o homem ainda não sabia se era a carne que ressuscitaria ou algo dentro dele iria sobreviver. E não era possível esclarecer o que era e como se daria. Se seria possível a comunicação plena já a partir da morte física ou não. Portanto, partindo de tantas dúvidas, o homem acabou formulando diversas teorias, cada qual obedecendo a sua cultura, seus costumes. E o resultado disso ainda pode ser visto na atual civilização. Muitas teorias e nenhuma certeza, a não ser a certeza proveniente da fé em Deus e em seus mensageiros.

Assim, os povos foram se transformando e seus preceitos religiosos ganhando cada vez mais forma e diferenças, porém ainda guardavam muitas semelhanças, e a teoria de que era possível sobreviver à morte do corpo era uma delas.

Em muitas religiões, essa teoria foi tão forte, que virou crença, onde já não mais havia lugar para dúvidas. Tanto que muitas apresentaram severas preocupações quanto ao porvir da morte física e formularam tratados sobre o assunto. É o caso do Livro Tibetano dos Mortos, que mostra como deve a pessoa recém-falecida se comportar e ainda mostra como todos devem se comportar ainda em vida para se preparar para este momento decisivo após a morte do corpo. Este livro diz que o morto ou estará salvo eternamente ou será considerado culpado e, portanto, devidamente punido. Mas não apenas existe tal tratado; encontramos também preocupações semelhantes no Livro Egípcio dos Mortos e em tantas outras obras de um povo sobre reencarnação. E afirmo aos leitores: Existem obras inteiras sobre o tema que ainda não chegaram à luz do mundo, por diversos motivos, mas que o Pai, sempre bondoso e justo, já determinou suas descobertas.

A verdade é que a reencarnação foi, aos poucos, assumindo lugar cativo em todas as convicções religiosas do mundo em suas mais diversas manifestações. A certeza da sobrevivência já era uma realidade quase imutável em muitos povos e sociedades. Passou-se a falar em alma e espírito e que isto seria a parte integrante do homem que sobreviveria à morte carnal. E em todas as culturas, com força diferente, a teoria da reencarnação deixava de ser teoria e assumia o status de certeza.

Porém, como aconteceu com tantas convicções, pessoas, filosofias, livros, que assumiram destaque nas sociedades, a reencarnação passou a ser alvo de discórdia e preocupação política. A partir de então, muito se debateu, muito se planejou e muito se tramou secretamente para banir a reencarnação do rol de certezas do homem, no intuito de assegurar a manipulação das massas e a permanência no poder. Obviamente, não foram todos os povos que aderiram a tais tramas e planejamentos. Apenas um. O mais poderoso de todos, o Império Romano. Foi ele o responsável por banir a reencarnação de seus dogmas e de obrigar, à força, as demais civilizações a ele subjugadas a aceitarem a verdade que professavam a partir de determinado momento. Isto significa que antes deste encontro entre poderosos, como deveria ser nomeado certos concílios, a reencarnação era aceita entre os romanos, logo, a base do Catolicismo também a aceitava.

Com o tempo, após muitas batalhas sangrentas, cada qual com centenas de mortos e sem registros disponíveis para o povo, este foi aos poucos perdendo a memória e assumindo a ideia da vida única, imposta e criada pelo Império Romano, que continuava a se espalhar cruelmente mundo afora. Porém, muitas civilizações, culturas e indivíduos não se curvaram às ideias Romanas e resistiram bravamente, sob pena de perderem muitos dos seus em batalhas e execuções públicas sem qualquer justiça envolvida. A região oriental do mundo foi a que mais conservou intacta a base da reencarnação, considerando-a como válida e absolutamente verdadeira.

Os ensinamentos orientais eram transmitidos de geração para geração e cada vez mais a purificação de seus integrantes se sobressaía em comparação ao restante do mundo. Ainda hoje, os conhecimentos orientais são valiosíssimos e trazem consigo a herança milenar de nossos antepassados.

Após a queda do Império Romano, depois do nascimento do Cristo, e com a ascensão da Igreja Católica, muito ainda se falava em reencarnação mesmo nos territórios antes ocupados pelos Romanos.

A questão é que as pessoas tinham medo e não queriam morrer executadas cruelmente. Portanto, se calavam e aceitavam as imposições do Império, sejam quais fossem, e a exclusão da reencarnação foi uma delas. Porém, continuavam aceitando em silêncio. E a memória, que o Império julgou ter apagado, estava intacta ainda. Pois que o medo não foi capaz de expurgar a fé. Precisava a Igreja Católica de um meio para alcançar seus objetivos, e banir para sempre a reencarnação do seio do povo era um deles, devido a interesses de ordem política e de poder.

Foi então que a Igreja, representada por um de seus papas, teve a visão de usar a imagem e nome de Jesus para tal intento. Uma vez que não poderiam se utilizar das barbáries às quais seus antecessores largamente se beneficiaram.

Com Jesus sendo o grande estandarte da causa, a Igreja Católica conseguiu retirar de vez a teoria da reencarnação, pois que neste momento, voltava a status de teoria, do meio do povo e de seus costumes.

Não irei aqui traçar opiniões sobre o formato escolhido pelo Império Romano e pela antiga Igreja Católica, pois não é este o objetivo e não estou em condições evolutivas de a ninguém analisar, sendo pessoa ou instituição. Porém, sentia-me no dever de esclarecer tais fatos. Uma vez expostos, fica a critério dos leitores traçar suas análises e chegar as suas próprias conclusões.

Uma vez abordada a parte histórica da reencarnação, falaremos sucintamente, de sua mecânica e características.

A reencarnação trata-se da sobrevivência do espírito e do períspirito, assim como dos corpos astral e mental à morte do corpo físico.

Todos nós somos espíritos, alguns estão atualmente sem corpo, como eu, e outros são possuidores de corpos, como os leitores. Porém, este quadro pode se inverter. Ou até podemos todos estar juntos, encarnados ou desencarnados, daqui a 100 ou 150 anos.

Por sermos ainda falhos em nossas convicções e atitudes, não podemos ser julgados em uma única encarnação; isto seria desastroso. Deus, todo bondade e complacência, nos permite chances de evoluir, de ascender espiritualmente, e estas chances são as diversas vidas que temos devido à reencarnação.

E quando retornamos ao corpo, trazemos todo nosso conhecimento e tudo que adquirimos em vidas passadas, como nossos defeitos, vícios, virtudes e aptidões positivas e negativas. Por isso, muitas vezes, nos vemos empenhados em tais causas ou situações. Para maiores detalhes sobre este tema, o leitor pode voltar no livro e ler novamente a parte sobre karma no capítulo anterior, trazido por nosso irmão Frei Roberto Luccia.

Quando chegamos à pátria espiritual, após o desencarne físico, nos deparamos com algumas situações que a literatura espírita já esclareceu e abordou em abundância. Como os umbrais, as colônias, os postos avançados e toda a condição do espírito que o coloca no seu devido lugar.

Certamente, devemos estar atentos às nossas atitudes quando encarnados, pois que seremos cobrados por nossas próprias consciências algum dia. E seremos chamados à razão pelos benfeitores que acompanham o desenrolar do teatro humano.

Hoje, muito ainda se falará em reencarnação, sobre os textos perdidos, textos alguns que traziam palavras ditas pelo mestre Jesus que não vieram à tona, sobre textos como a parábola do festim de bodas, cuja profundidade é algo transcendental e construção intelectual muito acima do atual nível de inteligência humana.

Porém, ainda não chegaremos a algum consenso, pois que isto é uma utopia de poder e a verdade se revelará no momento do sublime despertar na espiritualidade. Quando ao abrir dos olhos, o que pode durar mais ou menos tempo, variando com o caso, os homens puderem presenciar as verdades por trás dos dogmas.